Não há gota, só oceano.
O erro foi a gota "se achar".
Somos gotas.


Agradeço a quem eu sou simplesmente, por jamais ter me rendido totalmente
a quem eu pudesse pensar que fosse.

Quem não fala em proveito próprio não tem medo de desagradar.
Mostrar, com simplicidade e clareza, é apenas mostrar e é preciso.
Quem não quer ver se incomoda, quem quer ver reconhece.

A LUZ CUIDA DE TUDO!




2. O indivíduo e a mentira de si mesmo.

Podemos perceber que o indivíduo faz de si mesmo uma entidade pessoal a partir da hipnose bruta a que é submetido ao sofrer a educação por parte dos pais e das instituições sociais em geral. Assim nos isolamos do ser eterno e uno, ordenador da diversidade da vida como um todo. Veja que você, normalmente, dentro da norma que rege o sistema de relações no mundo, se enxerga, acima de tudo, como uma pessoa absolutamente separada das outras. É claro que existe aí um ser separado, mas este ser separado não é, como temerosamente pensamos, isolado da sua fonte, que é a mesma fonte do outro. Todo ser separado é vivificado por uma força onipenetrante que constitui, igualmente, todos os outros seres. Por exemplo, nos seres vivos, humanos, primatas, felinos, répteis, todos temos fígado, pulmões, estômago, intestinos. Isso nos mostra claramente que esta força que ordena e rege a existência desses seres é a mesma. Os mesmos elementos químicos que constituem nossos corpos constituem, de uma forma ou de outra, as pedras. Estudos científicos demonstram isso até aos estúpidos olhos da carne.

O problema de nos identificarmos apenas com o corpo, com nossa aparência exterior, é que isso nos leva a acreditarmos que somos só isso. Nossos pensamentos ficam restritos apenas a essa estreitíssima e sempre temerosa pseudo-realidade. E assim intensificamos a constituição dessa entidade, que não se desfaz com a sua desintegração física. Pois, por trás da idéia que fizemos, está a força una que nunca cessa, só que ignorada em sua amplitude e limitada à idéia que fazemos de nós, à fantasia que cada um foi ensinado a imitar - como um macaquinho no circo - por quem fez isso de si e o ensinou. No caso, os pais, a educação, o sistema. E esta entidade, após a desintegração física, pode continuar se manifestando no campo mental, energético, alimentando-se em simbiose mental, energética ligada às outras idéias de si com quem conviveu e com as quais troca lembranças. A mentira de um, valida a mentira de outro e valida, para cada um, a mentira de si mesmo. Parece que por isso, nos centros espíritas, por exemplo, nossos parentes e desconhecidos podem se manifestar através da sensibilidade de determinadas pessoas que têm sua mente aberta a influências mentais estranhas. Cabe observar que mediunidade é um desvio, um tipo de deficiência mental, mas que pode ser útil para o individuo progredir no sentido de ampliar sua consciência de si. Não temos que necessariamente depender de outras idéias de si mesmo para sentir e ser o que somos. O que somos já somos, está em nós. Já basta manifestarmos a idéia limitada e equivocada que fazemos de nós mesmos.

A força Una está em cada um e realizar essa consciência em si depende de como nos abrimos para a profundidade do nosso próprio ser, em paz e silêncio interior, na medida do possível, ou de como nos abrimos para o campo das fantasias que constituem os mundos e o universo todo, eufemisticamente chamado de campo das possibilidades. Campo das possibilidades da loucura.

Por isso é interessante o título daquele livro O Desaparecimento do Universo, apesar de ser um livro mediúnico. Ele aborda bem quando diz que, na auto-realização plena do ser em si, o universo desaparece. E desaparece mesmo. Afinal, até a física quântica já diz que nosso corpo é totalmente vazio, que as coisas todas são vazias. E que elas e o espaço cósmico não estão onde pensamos que as vemos, mas na nossa mente. Nada é sólido nem fixo como parece. Senão transmutações, como fazem inúmeros mentalistas até na TV, não seriam possíveis. Uma coisa pode ser mudada em outra - água em cerveja, por exemplo - porque ela só parece aquilo que vemos. Isto não é mero sensacionalismo e serve para mostrar que existimos aqui num processo de auto-hipnose em rede universal. Se a água fosse mesmo água, não poderia ser transformada.

O universo desaparece, assim como nós mesmos, pessoalmente, desaparecemos - em nossa estreita percepção - mas aparece uma outra plenitude infinita, imutável, maravilhosa e inexplicável que não tem nada a ver com o que possa existir nos termos da nossa percepção comum. Por isso o verdadeiro sábio, ao realizar este conhecimento, por assim dizer, não se preocupa mais com nada nem mais se envolve com as buscas do mundo. Ele vê que sempre um nada está caminhando para outro nada. E sutilmente sugeria Jesus em sua sabedoria: Não vos inquieteis, pois não adianta. Querem me crucificar? Crucifiquem. Apenas um nada estará destruindo outro nada.
Ramana Maharshi, quando realizou o ser aos dezesseis anos, abandonou a família porque queriam que ele fosse à escola. Para que ele precisaria da escola? Para aprender nada e deixá-los o convencerem de que nada é alguma coisa?

Vamos deixar claro que não vai aqui nenhuma desaprovação à mediunidade, mas uma tentativa de observação mais clara e menos crédula, menos supersticiosa e menos valorosa desse processo tão comum no mundo inteiro e que até serve de ajuda e consolo a centenas de milhões de pessoas que ainda não podem entender o que estamos falando aqui.
No velho testamento foi dito “sois deuses”, agora já se pode começar a dizer “sois Deus”.
Vamos pesquisando juntos essa loucura que fizemos de nossa realidade infinita.
Ainda bem que nada foi perdido e nem precisamos de nada verdadeiramente.
Um jato da Luz no seu coração!!!!

Riva

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