398. Reprimir-se.

Não é necessário nem recomendável reprimir o prazer.
Em vez de simplesmente reprimirmos o prazer, podemos olhar para ele, antes de nos deixarmos levar.
Podemos olhar com clareza, vendo o medo do estrago que ele pode causar aos princípios morais e sociais que respeitamos.
Mas o fato é que os princípios são mentira.
E não só os princípios são mentira, como os meios e os fins também.
Não há nada a ver!
Existe uma crença que a satisfação do prazer libera a alma de futuros estados de frustração e depressão.
Quem acredita nisso fica frustrado, quem não acredita não fica.
Nada é.
E, se nada é, isso também não é.
Ninguém “tem que” nada.
Faz quem quer fazer e, se não fizer, também não havia nada para ser feito.
Tudo é crença em sistema.
Observamos na natureza que a vida dos animais não segue princípios de medida e peso de valores ou significados calcados em metas ou vir a ser. O importante não é para eles, é para a vida em si; coisa que o homem normal desconhece totalmente e vai continuar desconhecendo.
Podemos olhar para tudo com simplicidade e despojamento de pesos conservadores na mente.
É claro observar que o universo já tem seu sincronismo matemático pré-estabelecido, que não errará e não precisa da importância individual de nenhum de nós.
Para o universo, nós nem existimos.
E se não precisamos fazer nada para ser, também não precisaremos fazer nada para continuar sendo.
Você só pode achar que “tem que” fazer para tentar ser o que não é, mas nunca será de fato; só será na fantasia “passageira” que você fizer.
Cada um só é o que já é, simplesmente.
É bom refletir sobre esse termo “simplesmente”.
O resto são valores, pesos, medidas e significados alienantes que o sistema de pensamento do mundo injeta na mente dos controlados para continuar mantendo-os sob controle. A satisfação de prazeres e o alcance de metas e objetivos fazem parte dos condicionamentos injetados para que o indivíduo nunca tenha paz em si e continue sempre na necessidade de algo.
Cada um, pessoalmente, diante de outro, é um controlado. E se achar que está feliz assim, que continue. Se achar que não está deve abrir os olhos, pois não está querendo enxergar o que eles estão mostrando, e não conseguirá fugir disso.
Todos os olhos abrir-se-ão, a seu tempo.
Enfim, não é necessário render-se de primeira ao prazer, mas antes enxergá-lo, pois, rendendo-nos a ele de primeira, reprimimos a visão e, então, buscamos a felicidade na cegueira.
Permitir-se a visão é o começo do ver que não há nada a ver, e só isso é libertação de verdade.
Na verdade cada um é só feliz, tristezas são fantasias do achar que se tem que ser ou fazer algo.
A Luz já cuidou de tudo!
Um jato da Luz no seu coração!!!!

Riva